terça-feira, dezembro 29, 2009

Mãos e Boca



Como pode ser tão engraçado as manias "despirocadas" humana.
Um que ama bocas possessivamente (como eu), que não pode ver que necessita fixar o olhar.
Outros por mãos, (como eu também), outros por cabelos amarrados, por mulheres ou homens de óculos, mulher de uniforme, (iron maiden que o diga, e já disseram), e outras esquisitas e diferentes partes que diferenciam as tradicionais que chama pro tesão, do tipo bunda, peito, boca e outras mais. Pra mim um cara que diz que só se atrai a essas, não tem sensibilidade, apenas sente o que o orgão dele manda. Desculpe as palavras.
As partes das mãos, no meu caso é mais fácil pra identificar, se vocês perceberem, as mãos são semelhantes a boca. Vejam só ambas podem pecorrer livre por vários lugares, e lógico senti-lós. Então eu só conto que gosto, quando vejo as mãos do indivíduo, aí sim eu abuso e abuso mais um pouco, dessa parte tão linda que Deus criou.
Só de escrever me da saudade de uma. Aquelas mãos, branquinhas, de dedos longos e bonitos. Ai, que delícia que era, que foi e que será sempre. Eu tenho essa minha tara desde de criança, eu pegava nojo só de olhar a mão quando feia. Acho até desconfortável da minha parte, quando sou apresentada, e o olhar corre pra boca e desce pras mãos, (é assim com homem e mulher, mesmo que mulheres não sejam meu feitio), da um sensação de que você está reparando o modo de se vestir da pessoa, e se tem algo que não reparo, é nisso. Não me chama atenção, roupas, acessórios e coisa e tal. A prova desse meu "distúrbio sexual", foi numa noite num bar. O cara não era nada do meu jeito, (eu sou chata pra caralho pra me interessar por alguém), ele tava a fim de conversar comigo e eu odiei a idéia. Quando ele subiu o copo a boca: OPa! a hora pra eu ver, é agora.
Olhei, e quase babei senão me segurasse, a mão era deliciosa, em poucos instantes eu tava "apaixonada" pelo menino. Se eu pudesse eu ficava ali, conversando olhando pras mãos e pra boca lógico. Não rolou nada, tanto por que eu já havia tisorado o menino, e ele não ficou contente com a resposta e muito menos pela minha cara. Perdeu boba, quem mandou não olhar pra mão antes.
Ta, segue o roteiro. Os meus amigos mais íntimos, não entendem essa obsessão, e sempre me acham esquisita por tal tara. Gente! Vocês não sentem, que nas mãos estão concentradas, todas as suas energias, pulsação e nervos que estimulam os hormônios para uma tal noite feliz? É... Vão tentar transar, sem encostar a mão no parceiro, pra ver se o "indivíduo" sobe.
A mão é reação, é prazer, é sentimentos, é sentido, é tudo! E a boca então? ahahah... nem conto :)

quinta-feira, dezembro 24, 2009


'Puro mistério', é acho que é assim que eu definiria muitas coisas em minha vida, e definiria você, que chegou e partiu tantas vezes com um simples 'Estou indo, boa noite'. Definiria você assim, mistério.
Sempre deixando aquele gosto de desejo no ar, o cabernet sob a mesa, e as cinzas no cinzeiro.
Gosto da falta que você faz; embora permaneça meu desejo mais oculto, minha sede inacabada, e você é assim sem explicações, uma peça no jogo, sem nome, sem lugar, mas sempre me agradou essa arte de jogar. Jogar a conversa fora, os olhares, as mãos entre os cabelos a deslizar, que lancem os dados. Desejei tantas vezes sua agradável companhia, um vinho, uma noite, mais desejei assim, só você, inerte, face frente a frente, corpos gelados, e nada mais, e isso o deixa sempre mais sem explicações.
Você tem um 'Q' de algo que não descobri ainda, mais entorpece o corpo, a dose exacta para uma sinapse completa, onde os dendritos nunca se tocam, mais esta ali, a sinapse acontece perfeita e completa.
As palavras certas, o tom exacto, a música, ah, a música como eu seria capaz de esquecer, sempre levarei você comigo aonde quer que eu vá, Aimee Mann fará questão de me recordar você todos os dias ao disparar o alarme na cabeceira.
Se existe mesmo o tal do amor platónico, você é a cura platónica, a minha cura. E de você... ah, não só guardo as lembranças, eu as recrio.

Carinhosamente para A.N

sexta-feira, dezembro 11, 2009


Eu não sou o meu carro
Eu não sou meu cabelo
Esse nome não sou eu
Muito menos esse corpo
Não tenho cor nem cheiro
Não pertenço a lugar algum
Eu posso ir e vir como eu quero
Nada me toca nem aprisiona

Vou pairando leve, leve....
Acima da carne e do metal

Eu possuo muitas coisas
E nada disso me possui

Eu não sou a comida que eu como
Não sou a roupa que eu visto
Não espere por uma resposta
Porque eu não tenho explicação
Eu não sou a minha casa
Não faço parte da minha rua

Vou pairando leve, leve....
Acima da carne e do metal
Eu possuo muitas coisas
E nada disso me possui
Espíritos são livres,
Espíritos passeiam por aqui
Espíritos são livres,
Espíritos só passam por aqui

quarta-feira, dezembro 09, 2009


Como de fato todas as noites ela fica ali, parada, fria, inerte só com as mãos a mercé dos movimentos. Com o clapt, clapt do teclado a soar delicadamente em seus ouvidos, na segunda quarta do doce mês de dezembro era diferente.
Estudou um pouco, degustou alguns goles de café amargo, desfrutou de alguns cigarros, jogou conversa fora com alguns amigos, e novamente se pôs em seu posto a merce de alguns sites interessantes, quando o clapt foi estrondoso a escuridão tomou conta do seu pequeno apartamento.
Levantou-se delicadamente ouvindo de longe os miados do seu pequeno felino que mais parece, uma bolinha de neve, deu alguns passos no vago corredor, e logo deu-se conta que a energia estava por faltar em toda a redondeza; mais que falta de sorte hein.
Voltou até seu quarto, pecorreu as mãos sob o móvel e pegou o isqueiro, e a pequena chama clareou o pequeno cômodo.
Tratou de procurar uma vela e acendê-la logo, pronto, já estava bem mais calma; abriu as janelas e deixou o vento pecorrer todo o ambiente.
Afinal de contas o verão chegou, a noite estava quente, tão quanto o dia. O silêncio começou a incomodar, pegou seu notebook, sentou, colocou 'no suprises'
e começou a escrever, não lhe restava alternativas, pelo menos os minutos não se arrastavam tão lentamente...
A noite estava tão vazia, estava tudo tão cinza. E logo sua bateria iria por água abaixo, e então ficaria tudo mais vazio ainda.
Mais continuou a se ocupar com a escrita e o clapt clapt do teclado, a música já havia mudado, o ronco do quarto ao lado já havia até alcançado o seu.
O barulho dos carros passando velozmente na principal era bem nítido por ali, o vigia já havia de ter se retirado, nem os apitos se ouvia mais...
Os olhos pesavam, o sono chegava e a luz não. A vela estava no começo, mais ela uma hora acabaria...Tratou de correr já para baixo do chuveiro, o calor já
fazia com que algumas gotas de suor começassem a descer sob suas costas. E se havia algo que aquela garota mais detestava depois da claridade natural, era o calor natural. Então o fez, banhou-se, colocou roupas frescas, preparou um café, pegou um livro inacabado e no sofá deitou-se, uma hora adormeceria...e á luz de velas...
Ali se pôs, parada, fria, inerte...


M.Karen
02:13 pm