quinta-feira, agosto 12, 2010



Após um longo período estável, ao lado de grandes compahias, aventuras, loucos encontros casuais, longas noites bem distante da sobriedade, eu acordo de um sonho incessantemente atordoado. Hoje eu acordei só, o alarme soou nitidamente em meus ouvidos, e mantive meu corpo ali, inerte, olhando para as estrelas do meu céu. Acordei fiz a primeira refeição do dia, li um pouco do ultimo livro que ganhei do meu irmão até... um livro que sempre quis muito mergulhar em suas páginas mas com muito receio recuei por muito tempo, comentários diletantes, fizeram com que eu adiasse essa leitura por meses. Meus ‘amigos’ foram embora, meus pais viajaram para um lugar qual eu não desejo retornar, e eu... olhe para mim estou aqui diante de uma folha de papel, de um lápis, digerindo aos poucos o primeiro gole de cafeína do dia, estragando alguns cigarros frios.
Na busca por mim mesma, me perdi diversas vezes, confesso que sou um tanto influenciável, ou tenho sido nas ultimas semanas, estou eufórica, atenta a cada passo na madrugada, não tenho dormido, nem me alimentado bem, abandonei a leitura e a retomei em nome da solidão. Às vezes perco meu próprio eu. E o encontro num espelho refletor na entrada de alguns elevadores, indo a devaneio ao que se pode chamar de... é algo como, não sai, não sei ou não quero confessar, algo como uma aventura sexual planejada. Agora, aqui sozinha, começo a pensar em todos os erros possíveis que cometi nos últimos dias, meses, anos. Começo a pensar que minha vida tenta recomeçar a meses, e eu não permiti em momento algum que a Karen que conheço se desvirtuasse, se desligasse de certos hábitos, pessoas e lugares, começo a pensar que a Karen que conheço, tem sim a cabeça no lugar, e sabe o que quer, mas falta-lhe a disciplina. Começo a planejar algo que eu sei que já esta planejado, e começo a cair em prantos ao perceber que não é a menininha Mah que escreve aqui. Algumas mudanças me deixam com medo, e fragilizada, como estou agora, e como decidi ficar desde o ultimo janeiro, desde meu ultimo ano aqui nesse litoral insuportável, que me perdoem os poucos amigos. Estou de partida, de partida para o lugar que sempre almejei o lugar que sempre desejei, e que me completa, mas tenho medo, tenho medo, sinto medo agora, e já o sinto há meses. E só agora tenho a chance de confessar isso pra mim mesma, porque agora estou sozinha, e sei que vai ser assim quando eu partir sei que me sentirei sozinha por muitos dias, meses ou anos consecutivos. Sair, me embreagar, estar ao lado das melhores compahias não vai apagar o que se passa de verdade em vida alguma. Vendo isso me sinto fraca. Quando na verdade deveria estar amando a mim mesma, mas do que nunca, e me preparando para uma grande mudança que esta para acontecer, ou já começou... Mas ainda estou aqui. Eu amo você Karen. Não me importo se você tiver de passar a noite inteira acordada chorando, eu fico com você. Se você precisar tomar remédios para dormir de novo não tem problema, tome, eu vou amar você  do mesmo jeito se fizer isso. Se você não precisar dos remédios Karen eu vou amar você do mesmo jeito. Não há nada que você possa fazer para perder o meu amor. Vou proteger você até você morrer, e depois da sua morte vou continuar protegendo você. Sou mais forte do que o medo e mais corajosa do que a solidão, e nada vai me desanimar.