domingo, julho 17, 2011

Sado...o que?

As vezes acho que realmente sou uma menina altamente, perigosamente, subitamente bipolar, as vezes eu gosto da dor, que eu mesma costumo me causar. Me suicido pelo menos uma vez por semana. Me causo uma dor altamente digna de pena de mim mesma, coloco em pratos limpos pensamentos flutuantes, e até mesmo aqueles que meu subconsciente tenta irremediavelmente inibir do seu irmão-amado-consciente. Eu me chingo, eu me concerto, eu me reinvento, e não me sinto a vontade quando alguém pergunta por mim nesse momento de 'caos'. Não me sinto a vontade, quando me perguntam o que tenho, ou quando batem a porta fechada, achando em vão que ela vai abrir lentamente, e eu vou exibir com orgulho minhas olheiras até o queixo, meu pijama de bichinhos, e minha cara de 'oi, acabei de acordar, e dormi de rímel'. Não, definitivamente eu não gosto disso, essa fase passou, ficou lá trás, nos meus 13, 14 anos, na época em que o rock'and roll era motivo de risos incontroláveis e não de cefáleas incuráveis. E isso é o que mais me deixa boquiaberta, eu já me suporto sozinha, eu já sei ficar ali, parada, chorando por horas, e olhando o teto branquinho da casa de vovó sem ninguém por perto... com minhas tatuagens inacabadas, peito dilacerado, e saudades. Dizem que a dor, nos presenteia com o amadurecimento, e aprendizado, é mentira, super mentira, que algum psicanalista de plantão inventou para que as pessoas se sobressaíssem muito bem de cada problema. As minhas dores me deixam feridas abertas, cheias de secreções purulentas, com direito a tecido de granulação, necroses, e hematomas horríveis, que vão estar ali, pra eu sempre olha-los e lembrar da dor com alguma doçura inexistente. Mais eu gosto de sentir 'dor', pelo menos a dor que eu me causo, não experimente me causar alguma, porque das dores do mundo eu faço doce.