quarta-feira, dezembro 09, 2009


Como de fato todas as noites ela fica ali, parada, fria, inerte só com as mãos a mercé dos movimentos. Com o clapt, clapt do teclado a soar delicadamente em seus ouvidos, na segunda quarta do doce mês de dezembro era diferente.
Estudou um pouco, degustou alguns goles de café amargo, desfrutou de alguns cigarros, jogou conversa fora com alguns amigos, e novamente se pôs em seu posto a merce de alguns sites interessantes, quando o clapt foi estrondoso a escuridão tomou conta do seu pequeno apartamento.
Levantou-se delicadamente ouvindo de longe os miados do seu pequeno felino que mais parece, uma bolinha de neve, deu alguns passos no vago corredor, e logo deu-se conta que a energia estava por faltar em toda a redondeza; mais que falta de sorte hein.
Voltou até seu quarto, pecorreu as mãos sob o móvel e pegou o isqueiro, e a pequena chama clareou o pequeno cômodo.
Tratou de procurar uma vela e acendê-la logo, pronto, já estava bem mais calma; abriu as janelas e deixou o vento pecorrer todo o ambiente.
Afinal de contas o verão chegou, a noite estava quente, tão quanto o dia. O silêncio começou a incomodar, pegou seu notebook, sentou, colocou 'no suprises'
e começou a escrever, não lhe restava alternativas, pelo menos os minutos não se arrastavam tão lentamente...
A noite estava tão vazia, estava tudo tão cinza. E logo sua bateria iria por água abaixo, e então ficaria tudo mais vazio ainda.
Mais continuou a se ocupar com a escrita e o clapt clapt do teclado, a música já havia mudado, o ronco do quarto ao lado já havia até alcançado o seu.
O barulho dos carros passando velozmente na principal era bem nítido por ali, o vigia já havia de ter se retirado, nem os apitos se ouvia mais...
Os olhos pesavam, o sono chegava e a luz não. A vela estava no começo, mais ela uma hora acabaria...Tratou de correr já para baixo do chuveiro, o calor já
fazia com que algumas gotas de suor começassem a descer sob suas costas. E se havia algo que aquela garota mais detestava depois da claridade natural, era o calor natural. Então o fez, banhou-se, colocou roupas frescas, preparou um café, pegou um livro inacabado e no sofá deitou-se, uma hora adormeceria...e á luz de velas...
Ali se pôs, parada, fria, inerte...


M.Karen
02:13 pm

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