quarta-feira, maio 05, 2010

Ao meu amado irmão.


Quando o destino ou o livre arbítrio vier a nos separar quero que você reflita e veja como a vida, ou melhor, como Deus nos foi grato dando um ao outro como irmãos.
Crescemos um pouco separados um do outro, mas quando nos foi dado a felicidade de ficarmos juntos, tudo foi mágico demais, você me chamava de irmã, lembra?! E eu sempre que ia lhe beijar ou abraçar recebia patadas, gritos e tapas...
Mas nada disso me fez desistir de você. Quando te conquistei, viramos pré-adolescentes, lembro quando sai pela primeira vez com você para uma balada, éramos bem novinhos e o lugar pesado demais para a nossa cabeça, embora tenha sido inesquecível.
Viramos melhores amigos, saíamos, compartilhavamos os mesmos amigos e você foi aos poucos se adaptando ao meu jeito de levar a vida; vê seu primeiro porre pra mim foi tão engraçado, e aos poucos você já tinha pra si os vícios que antes eram meus, mas que pra você, não tinha limites.
Aquilo me doía por dentro, me machucava e só eu sei o quanto eu me sentia culpada pelas coisas que você cometia.
Quando me acostumei, já não me sentia sua irmã, e sim sua mãe, e sofri mais ainda quando o destino me pregou essa peça. Te levar pra casa de cara cheia passou de engraçado á uma dor de cabeça terrível. Mas eu cuidei de você, te coloquei na cama quando foi preciso, te limpei, te despi, e no fim de tudo, velei teu sono, briguei nos seus dias de ressaca, peguei no teu pé quando foi preciso, chorei no teu colo quando algumas vezes voltei a ser tua irmã, mas me mantive firme no posto de mãe, gritando e te chingando, e ao me retirar, no quarto me debruçava a soluçar, como uma mãe que arremata a mão na face do filho pela primeira vez.
Isso começou a me destruir aos poucos, e vi quando cai na real que ser mãe pra você, te matava um pouquinho também. Abrir mão de consertar seus erros, me doeu um pouco, mas só assim você ia aprender com a vida, os erros e as decepções, o que eu não pude te ensinar.
Ao ter nossa última conversa, comigo ainda no papel de mãe, me sentia aliviada e de alma lavada, pois eu vi nos teus olhos, que aquele menino que eu sempre tratei como meu bebê cresceu, e virou um homem, passível de erros como todo ser humano. Lembre-se de todos os planos que fizemos um dia, de todos os risos, de todas as fugas, de todas as lágrimas, dos gritos que te dei e de quantos 'Eu te amo' você ouviu de mim e pergunte a si próprio até onde vai o meu amor por você!
E eu te digo, o meu amor por você vai muito além do plano físico, vai além de tudo isso citado acima, vai além de mim e de tudo que vivemos, e lembre-se, eu vivo e luto por nós, acredite! Eu me sacrificarei por você até quando eu puder. E lembre-se meu irmão, não existe amor de irmã como o meu, nem ninguém que te ame mais que eu, por fim: EU AMO VOCÊ!

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