domingo, abril 24, 2011

Faceira..



Estou feliz, estou tentando ficar extremamente feliz, embora eu ainda tenha um caminho enorme a pecorrer para que esse extremamente feliz chegue; mais estou feliz, deixei 'os restos' no chão e corri pra longe deles, onde nem os meus pés, nem meus longos braços poderiam alcança-los. Deixei o platônico e irreal, e abracei a verdade, a realidade. Estou de mãos estendidas a ela. Tentando me apegar, ao que no fundo sei que jamais conseguirei, ou não, ando me entregando em braços, beijos e abraços...noites, calor, afago. Tanto tempo que eu já não sabia o que era a tal da entrega por inteiro, agora por necessidade, eu tenho que trazer essa danada pra minha vida mais uma vez.O pecado mora ao lado, ser desrrespeitada é tudo que uma mulher quer de vez enquando. E eu estou me desrrespeitando, me amando, me jogando, estou entregue ao que eu vim realmente fazer aqui, arriscar, arriscar minha liberdade meu eu, meu jogo, arriscar, arriscar tudo. Fidelidade é a ultima coisa que espero do meu alterego, pra nada, nem pra nínguem. Sou faceira, sou danada, não me subestime, nunca, porque eu demoro a sair, mais quando saio não volto mais.

domingo, abril 17, 2011

Destempero.

Essa música me traduz hoje. 

Ultimamente tenho recebido inúmeras críticas...hoje fui bem indiferente com um amigo que me irritou porque me disse a verdade. Eu ignoro a "verdade" às vezes... porque eu sei que ela é construída e, porque no meu jeito indiferente de ser, eu sempre preferi construir meu mundo. Mas paredes continuam sendo paredes mesmo quando a gente as pinta de rosa. E castelos só são castelos se também tiverem concreto, ou são apenas amontoados de areia. Eu tenho que aprender o que fazer com essa pessoa que aparece em mim de vez em quando... e que me olha, assustada, e brava, e corajosa, com vontade de futuro, desafiando a rotina e minhas áreas de conforto. Preciso dizer a ela que é tanto um erro subestimar-se quanto considerar-se fortaleza.
Porque eu não sei o que eu vou fazer quando eu conseguir aquilo que busco aqui. Meio como se pra continuar sonhando eu nunca pudesse alcançar sonho. Parece loucura... Será que deliberadamente, por ter medo de ser, eu mate qualquer externalidade que me constitua?! Tantas e tantas vezes uso a escrita como um escudo que me protege de mim, e do que sinto, do que eu possa sentir... Meio como se eu tematizasse antes eu tivesse algum controle sobre gênio, rumo e direção. Às vezes me sinto como um maremoto de ondas cataclísmicas prestes a destruir cidades inteiras... mas a destruição é sempre interna. E também é sempre interno o desejo vazio que fica. É que me sobram tantas faltas...Eu não quero ser plena, porque acho que isso me daria uma responsabilidade muito maior que essa de agora e que, mesmo precária e limitada, já é tão pesada pra mim... Me sinto confusa, mas confusos não estamos nós todos?
Mas me doeu... "...em vez de zanzar em todos os lugares e não se construir em nenhum ponto identificável." A maior diferença entre a gente nem é você ser denso, frio e irônico. É que eu sempre vou "mostrar a eles meu medo, mostrar a eles a minha dor". Eu não sei fazer diferente e nem quero. Mas o que você não entende é que já é essa a minha escolha... Eu odeio espelhos e adoro 'fairytales'. "Sometimes it lasts in love but sometimes it hurts instead..."
Acreditando ou não, sincronicidades ainda existem. E se, na Clínica, Maysa tbm consegue ser Piaf, meu destempero pode servir pra construir... vínculos. De mim com aquilo que talvez ainda exista de melhor em mim. Pra onde isso me leva? Ainda não sei. Mas pra usar a metáfora de outro filme e outra história... "É continuar respirando. Por que quem sabe o que amanhã poderá me trazer a maré?"
Não é minha missão nessa terra mostrar a você qualquer coisa. Suas escolhas também são suas e, para algumas pessoas, felicidade é o alcance de metas. Eu prefiro que as metas se f*dam... prefiro continuar sendo "rasa" e jogando minha "suposta inteligência" lá pra baixo se isso me fizer mais humana, mais perto do que vislumbro e quero pra mim. Eu não quero ser o vislumbre de um homem arrogante e brilhante que usa, mas muito mal, sua capacidade de análise pra continuar ranzinzo e fechado. E, não, eu não fujo de você. Eu me afasto de você. É escolha. Talvez ambos consigamos a nossa "meta", que para mim é temporária e pode ser que se desloque, mas o meu percurso (isso eu garanto) vai ser incrivelmente mais divertido que o seu.

The end.

Anos, ilusão, verdade, razão, emoção.
Conhecidência, destino, aprendizado.
Dor, sofrimento, você.
Realidade, receio, medo.

Dia-a-dia, apego, omissão.
Tristeza, arrependimento, revolta.
Amor, verdade, razão.
Oito, oitenta, zero vírgula oito.
Coração, Cérebro, amizade, Fim.

The End.

Five years

segunda-feira, abril 11, 2011

O ridículo.

Sempre achei que esse amor era coisa de quem não tinha nada melhor para fazer. Eu só o sentia porque estava infeliz naquela vida pacata. Só por isso. Resolvi então agitar a vida pacata. E comecei a sair mais de casa, enxergar as pessoas ao meu redor, mais esforço, mais amor próprio. Amor é coisa de gente pacata e agora que eu tinha uma vida agitada, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta. Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pra pensar nele. Claro, mesmo com a semana agitada entre faculdade e meu sono de 12 hrs, eu fico em casa a tarde inteira, alegando cansaço, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus.
Depois de dez passes e de ler todo o Evangelho Espírita, achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. Eu só parei de sonhar que botava fogo no apartamento do ser amado ou que arrancava os olhos de todas as mulheres do mundo. Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.
Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando todo o meu pensamento, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Cabelo novo, coisas novas, sapatos novos, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não?
Ah, que que é isso! Amor deve passar com um novo amor, não? Olha lá aquele menino bonito te olhando, o outro que escreve bonito, o outro que te faz rir um monte, tem também aquele ali, com mão firme. Nada. Nenhum deles foi capaz de me salvar, de substituir minhas células cansadas em sentir sempre a mesma coisa. Nenhum foi capaz, nem por um segundo, de me levar para passear em outros tormentos. Ou outras alegrias. Qualquer outra coisa que seja.
Aí veio a idéia brilhante. Será que se eu mergulhasse de cabeça na estupidez desse amor, não me curava? Será que se eu, por um minuto apenas, parasse de sentir tudo isso de dentro da grandiosidade que eu inventei para tudo isso e enxergasse de perto como tudo é tosco e pequeno, eu não me curava? Só piorou. De frente para ele e suas constatações tão absurdas a respeito de tudo, só consigo sentir ainda mais amor. E quanto mais e maiores motivos para não sentir, ele e a vida me dão... Adivinhem? Sim, o amor cresce. Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme. Ainda assim, forte e em crescimento.
Mas esse amor, ah, esse amor é coisa de quem não ama a própria vida. Se um dia, um dia eu pudesse realmente ser uma Enfermeira. Ou até, nossa, se eu pudesse trabalhar na frança? Esse amor iria embora, claro. Nada feito. Estou aqui graças a minha maior qualidade: a fé. Sim, isso só não funciona pro amor, mas pra todo resto na minha vida acreditar sempre funcionou. Tudo certo com a minha vida. Ou quase tudo certo. Ainda sinto esse amor ridículo. Essa coisa infernal que me vence todos os dias, todos os minutos. Quantos bons contatos me admiram e me elogiam. Ainda bem que alguém além de mim acredita em mim. É tanta coisa boa acontecendo, tanta gente boa se aproximando que tá na hora de acordar. Enxergar. Receber. Taí. Tá bom. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu. E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento: aceitando ele, parando de querer ganhar dele. Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E foda-se você.


Texto de Tati Bernardi, modificado por mim.